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Diário de Campo

Um blog que junta o entusiasmo pela fotografia com o fascínio pela Natureza. O objetivo é continuar a aprender através da observação e partilha.

Diário de Campo

Um blog que junta o entusiasmo pela fotografia com o fascínio pela Natureza. O objetivo é continuar a aprender através da observação e partilha.

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Não foi a ave mais marcante que avistei em outubro, mas foi uma das poucas aves de rapina que tive oportunidade de registar durante a minha passagem por Sagres, no início do mês.

Só há poucos anos é que visitei Sagres pela primeira vez, por isso não posso dizer que conheço bem a zona, nem nada parecido, mas gosto muito da calmaria que ali sinto (sim, apesar dos ventos), à semelhança do que (ainda) acontece em grande parte da costa vicentina. Já me contaram que Sagres faz parte da rota acidental (por representar um desvio longo e perigoso para as aves que se dirigem até África) de algumas aves migradoras, mas continuo a achar estranho observar uma ave de rapina junto ao mar. Um especialista, com quem falei no ano passado, explicou-me que a maioria das aves de rapina que ali passam estão um pouco desorientadas e a navegar à vista (da costa), sem grandes certezas sobre o que as espera. É possível que essa interpretação do seu comportamento influencie um pouco o meu sentimento de estranheza, e também de expetativa, ao observá-las ali. Estão "perdidas", mas seguem em frente, determinadas a responder a um chamamento interior.

Sobre a águia-calçada propriamente dita, é uma ave que me confunde um pouco, e o motivo só percebi há pouco, ao consultar a respetiva secção no Aves de Portugal: é uma espécie que pode apresentar uma de duas plumagens muito diferentes, uma clara, outra escura. A primeira vez que a avistei foi este ano, em junho, durante um trilho junto ao Tejo, no concelho do Gavião, e esse exemplar apresentava um peito em branco, ao contrário daquele fotografado acima.