Há sítios e momentos nos quais temos a esperança de avistar uma ave totalmente nova para nós. Muitas vezes é um sentimento que não se materializa. E depois há aquelas alturas em que somos totalmente apanhados desprevenidos por uma ave que desconhecemos em absoluto e nos surpreende pelo seu exotismo. Foi o caso desta viuvinha ou viúva-bico-de-lacre (vidua macroura), avistada junto ao Tejo em Vila Nova da Barquinha. Reparem na sua cauda. Vista assim, de perfil, não parece muito (...)
E um exemplo feliz de como as notícias, além de informar, podem deslumbrar.
Na semana passada, dirigi o e-mail abaixo ao Público, na sequência de um encontro "cara a cara" com um exemplar da borboleta-do-medronheiro, uma espécie que andava há meses a querer avistar nas minhas caminhadas por Monsanto. Das borboletas que costumam ser observadas em Lisboa, só me faltava avistar esta. O e-mail é o resultado do deslumbramento com a serendipidade, ajudada por uma notícia de jornal, que me permitiu vê-la e tocá-la (ou melhor, ser tocado por ela). Para: publico@publico.pt (...)
A cegonha-branca é uma das aves mais curiosas que me habituei a observar. Existe uma certa altivez na indiferença que parece reservar à presença e atividade humana em sua volta. A forma como se apropria das torres de distribuição elétrica, das chaminés desativadas e outras construções para formar os seus ninhos é um sinal disso. Não me interpretem mal: acredito que seja uma espécie com muitos motivos de queixa das nossas ações, mas do ponto de vista da observação casual (...)
Fui a Tomar há poucas semanas e avistei esta garça-real junto à pequena comporta que ali existe para controlar o rio Nabão. Visitei a cidade a propósito da Festa dos Tabuleiros e fiquei encantando por ver que também ali ocorre uma das minhas aves preferidas. Fiz algumas fotografias e continuei o meu passeio pelas ruas decoradas com milhões (sim, milhões!) de enfeites de papel que marcam esta festividade única no país, e que só acontece de 4 em 4 anos. Já estava quase na hora (...)
É meio indesculpável como é que ainda não tinha trazido aqui nenhuma borboleta, mas a existir uma primeira vez, estaria sempre reservada àborboleta-cauda-de-andorinha, uma das maiores espécies que podem ser avistadas em Lisboa. Pode chegar a ter 80mm de envergadura, o que a torna inconfundível a qualquer olhar mais distraído, ao ponto de dar muitas vezes por ela através da sua sombra no chão. É esse tipo de borboleta! Encontro-a mais vezes nestes meses quentes entre a (...)
Como sempre, não é a melhor fotografia possível de um milhafre-real, mas é a mais próxima que consegui até agora. Foi tirada a partir da fortaleza de Juromenha, no Alandroal, daí a vantagem desta perspetiva quase ao nível da ave. Já tinha avistado esta espécie duas vezes antes, em Aveiro e Salamanca (mais um motivo para gostar de prestar atenção às aves: elas ficam associadas aos sítios por onde passamos), mas nesta recente viagem pelo Alentejo, pareceu-me que estava por (...)
Para ser totalmente sincero, já tinha avistado uma águia-d'asa-redonda este ano, mas só hoje voltei a encontrar uma comigo munido de máquina fotográfica. Parece-me que só agora é que 2023 começou realmente para mim. E se avistar uma já é bom sinal, duas é uma festa!
Já a tinha avistado uma ou duas vezes antes, mas este foi o avistamento em que a sua beleza sobressaiu mais. Por algum motivo, o Aves de Portugalconsidera-a uma ave "inconfundível". Tem um exotismo sombrio que me parece algo deslocado no estuário do Tejo (onde esta fotografia foi feita, em abril), no qual está muitas vezes rodeada por outras aves de média dimensão em tons mais "nupciais". Nesta ocasião, abriu (...)
Antes de passar aos números, apenas dizer que foi mais um ano de caminhadas com boas surpresas e momentos de deslumbramento. Não posso pedir muito mais do que isso. Um dia de junho, em particular, destaca-se na memória: só numa caminhada, tive a oportunidade de avistar 10 espécies diferentes de aves, algumas delas pela primeira vez (o abelharuco, o guarda-rios e o (...)
Não foi a ave mais marcante que avistei em outubro, mas foi uma das poucas aves de rapina que tive oportunidade de registar durante a minha passagem por Sagres, no início do mês. Só há poucos anos é que visitei Sagres pela primeira vez, por isso não posso dizer que conheço bem a zona, nem nada parecido, mas gosto muito da calmaria que ali sinto (sim, apesar dos ventos), à semelhança do que (ainda) acontece em grande parte da costa vicentina. Já me contaram que Sagres faz parte (...)